Gustavo José
Barbosa *
“A democracia não corre, mas chega segura ao objetivo”.
Passados 107 anos de criação
da profissão de técnico agrícola e meio século de uma relação conflituosa (comparada
aos apuros de Jonas engolido pela baleia) devido à obrigatoriedade de registro
nos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREA´s) finalmente no dia 26
de março deste ano foi sancionada a Lei nº 13.639/2018.
Para que houvesse a sanção da Lei que criou os Conselho
Federal dos Técnicos Agrícolas e os Conselhos Regionais dos Técnicos Agrícolas,
bem como as entidades dos técnicos industriais, muitas caminhadas foram
realizadas e que um dia deverá ser relatada por algum eunuco para que estas
façanhas fiquem disponíveis para conhecimento da sociedade.
Mas, nos últimos meses as redes sociais têm recebido uma
enxurrada de postagens provenientes de aparelhos cristalizados pelos ventos
frios que vêm do Sul e que se colocam no enredo como os guardiões da arca da
aliança, como se o Conselho por um desígnio divino devesse ser dirigido por
eles ou por algum vassalo que se disponha a seguir suas irrefutáveis decisões.
Ancorados num saudosismo de conquistas para a categoria
profissional nas décadas passadas, como se as vitórias fossem arrancadas por um
messias e não por uma equipe, esses seres iluminados só enxergam um caminho à
trilhar: uma tal ponte para o futuro.
Ao maquinista da locomotiva que caminha com a classe
trabalhadora para o precipício (retirando direitos trabalhistas e destruindo os
sindicatos) são rendidas as mais faustosas homenagens com direito a vinho made in Serra Gaúcha, enquanto o país é mergulhado
numa crise social horripilante.
São essas “lideranças” que agora exibem nas suas páginas um
relógio que se aproxima da meia noite – é assim que eles se portam em relação à
demora do edital da eleição do Conselho. Os argumentos utilizados por eles
contra a entidade que coordenará o processo eleitoral parecem tão bem
fundamentados, para quem não conhece essa trilogia, que em muito se assemelha com
os discursos de Luís XIV à sua aristocracia confinada em Versailles.
A estes profissionais que tanto atrapalharam a tramitação
do projeto no Congresso Nacional nós ousamos falar bem baixinho: todos nós
somos iguais e cada técnico agrícola em dia com as suas obrigações no Conselho
poderá votar e até ser dirigente da nossa entidade de fiscalização profissional
– pasmem as mentes brilhantes.
Este Conselho que será estruturado é a ferramenta para
zelar pelo nosso exercício profissional, lutar por melhorias na formação dos
futuros técnicos e tornar visível nosso trabalho na sociedade, e ele pertence a
todos sem exceção, desde que cumpram seus deveres.
Deixemos os técnicos agrícola votarem, não precisamos de
nenhum Napoleão, mas de um coletivo de profissionais que de forma participativa
e democrática ouça a todos e construa um Conselho plural e dinâmico.
* Técnico Agrícola pela Escola Agrícola de Jundiaí.
Texto muito verdadeiro.O autor do mesmo tem conhecimento desta História de Luta. Parabéns
ResponderExcluirParabéns Gustavo o tempo mostrará a verdade,os técnicos agricolas não tem dono mesmo que uns poucos pensem ao contrario.
ResponderExcluirParabéns meu amigo só a luta muda a vida.
ResponderExcluirAo exemplo de outras categorias, a união, o respeito e a ética sempre fortaleceram as diversas entidades relacionadas aos profissionais. Pela imensa importância e de abrangente diversidade dos nossos profissionais no desenvolvimento do nosso País, deveríamos divergir menos entre nós. Tenho orgulho dessa profissão. Com ela fiz amigos, construí minha família e conquistei muitas coisas, não só materiais, como também espirituais. É como diz o velho ditado, A UNIĂO FAZ A FORÇA. Parabéns a todos os Técnicos que constroem um Brasil e um mundo melhor para todos.
ResponderExcluirComentário de Nelson Tinoco.
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